Cientes de que o 13º é um salário anualmente pago a mais a todos os funcionários que trabalham no regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e que é regido por leis específicas previstas na Constituição Federal, 69,6% das indústrias da transformação fizeram provisionamento dos recursos ao longo do ano para honrarem este compromisso.
É o que mostra uma pesquisa realizada pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) a que o Broadcast teve acesso com exclusividade.
O levantamento, feito com 286 estabelecimentos em todo o estado de São Paulo, teve como meta buscar informações sobre como a indústria de transformação estava se preparando para pagar o 13º salário de seus colaboradores.
Porém, de acordo com o estudo, nem todo setor se preparou para cumprir uma obrigação que, sabidamente, ocorre todos os anos desde 1962, quando o então presidente da República, João Goulart, instituiu o benefício no País. Tanto que 16,8% das indústrias consultadas relataram à pesquisa que pretendem recorrer às vendas do último trimestre do ano para conceder o benefício a seus funcionários.
Do conjunto pesquisado, 8,7% vão recorrer a financiamentos de terceiros e 4,9% vão buscar outras formas de financiamento para quitar o 13º salário.
Das 286 indústrias consultadas, 59,8% são de pequeno porte; 29,7% de médias; 6,3%, de grandes e 4,2% de micros.
O porcentual médio da folha de pagamento que será solicitado aos bancos é de 71,4%, o menor da série histórica, iniciada em 2008. No ano passado, de acordo com a Fiesp, esse porcentual foi de 79,2%.
Ainda, de acordo com a pesquisa, para 67,9% das empresas a percepção é de que o custo do crédito solicitado para pagamento do 13º salário está mais alto que nos anos anteriores. Outros 32,1% disseram do crédito solicitado está igual. Que está mais barato ninguém afirmou.
As condições do prazo para pagamento do crédito solicitado para o pagamento do 13º salário em relação ao ano passado, de acordo com a pesquisa da Fiesp, está igual para 75% dos consultados e mais curto para 25%. Ninguém apontou que está mais longo.
Quando perguntados sobre os motivos pelos quais não solicitam empréstimos aos bancos, 79% alegaram que nunca recorre a esse recurso porque utilizam recursos próprios para pagar o 13º salário. 8,5% disseram que utilizam outras fontes de financiamento.
Outros 6,2% disseram que já contrataram financiamento este ano, 3,5% não conseguem empréstimos por já estarem com seus limites tomados, 3,1% alegaram estar em recuperação judicial, 1,9% afirmaram ter problemas com bancos, igual 1,9% por não ter garantias para oferecer e 1,9% disse estar negativado. Dos entrevistados, 1,2% disseram que não tomam empréstimos junto aos bancos porque o crédito liberado é menor que o necessário.
O setor como um todo espera que as vendas neste final de ano fechem com uma queda de 2,7%. Apesar de ser um resultado esperado negativo, é melhor do que o verificado no ano passado, quando as vendas de final de ano ficaram 6,6% menores.
Ainda assim, 47,9% dos respondentes indicaram que os pedidos estão ocorrendo no mesmo momento e que mais da metade das indústrias paulistas estão com vagas em aberto.
Porém, 54,5% percebem que há falta de qualificação técnica dos candidatos, 46,5% afirmaram que há ausência ou poucos candidatos às vagas e 42,3% alegaram falta de experiência dos candidatos às vagas ofertadas. As principais vagas em aberto estão relacionadas ao ambiente de produção, tais como operador de produção, torneiro CNC e mecânico, entre outros.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em 13º salário: 69,6% da indústria de SP provisionou recursos para pagamento, mostra Fiesp no site CNN Brasil.