2024 é mais um ano de oportunidade perdida, diz Figueiredo ao CNN Money

 

O ex-diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Luiz Fernando Figueiredo, fez uma análise crítica sobre o cenário econômico de 2024 e as perspectivas para 2025.

Em entrevista ao CNN Money, Figueiredo caracterizou 2024 como “mais uma oportunidade perdida” para a economia brasileira.

Ao comentar sobre a recente volatilidade do câmbio, Figueiredo explicou que o mercado não está “chamando o Banco Central para briga”, mas sim reagindo a preocupações sobre o futuro.

“Os agentes econômicos o que fazem é tentar se proteger de uma situação que pode ficar mais adversa à frente”, afirmou.

O dólar volto a subir nesta segunda e renovou a máxima histórica ao fechar em R$ 6,092 na venda, a despeito da intervenção do BC no mercado durante a manhã.

O economista criticou duramente a condução da política fiscal pelo governo.

“Não só a narrativa do governo com relação à parte fiscal foi muito ruim, mas também o que ele fez na prática demonstrou claramente a falta de compromisso, inclusive com um formato que foi ele mesmo que aprovou, que é o formato da âncora fiscal”, disse.

Figueiredo apontou como problemática a decisão do governo de “tirar despesas e colocar do lado” para não atrapalhar o arcabouço fiscal.

“Para que serve o arcabouço fiscal?”, questionou, destacando a piora do cenário econômico a partir de maio, quando o governo mudou a meta fiscal.

Cético com 2025, elogios a Haddad

Quanto às expectativas para 2025, o ex-diretor do BC mostrou-se cético. Ele argumentou que, diante da perda de credibilidade, “medidas marginais não resolvem”.

“Numa situação dessa você tem que dar um choque. Ou seja, vamos pensar que o governo, eu quero realmente virar as coisas para uma coisa mais de estabilidade, de normalidade, etc. Ele teria que dar um choque do lado fiscal”, explicou.

Apesar das críticas, o ex-BC elogiou a postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o ministro é “talvez um dos únicos que tem uma visão racional do que está acontecendo” no governo.

O ex-diretor elogiou a busca de Haddad por diminuir a insustentabilidade fiscal do país, destacando avanços como a reforma tributária.

No entanto, apontou que a realidade dentro do governo está “muito distante” de permitir que Haddad implemente as medidas necessárias.

Legado de Roberto Campos Neto

Sobre Roberto Campos Neto, que deixa a presidência do Banco Central no final do ano, Figueiredo fez elogios contundentes.

Destacou três principais legados: a continuidade na política monetária, a liderança do Brasil na modernização e inclusão financeira, e a defesa da autonomia do Banco Central frente a pressões políticas.

Figueiredo ressaltou que, apesar de possíveis erros pontuais, como a redução da taxa de juros a 2% durante a pandemia, o BC sob o comando de Campos Neto reagiu adequadamente quando necessário, diferentemente do Federal Reserve (Fed) americano, que “ficou meses errando”.

Pagamentos de boleto poderão ser feitos via Pix, diz BC

Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNNClique aqui para saber mais.

Este conteúdo foi originalmente publicado em 2024 é mais um ano de oportunidade perdida, diz Figueiredo ao CNN Money no site CNN Brasil.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Cadastre-se para receber as principais novidades em seu e-mail.

Portal de notícias Dealer Intelligence