As bolsas da Europa avançam e a de Frankfurt chega a atingir a inédita marca de 20 mil pontos, turbinadas pela escalada de ações de tecnologia. Apesar disso, a crise política na França permanece no radar, em meio ao cada vez mais provável cenário de colapso do governo liderado pelo primeiro-ministro Michel Barnier.
Pouco antes das 7h (de Brasília), o índice Stoxx 600 subia 0,51%, aos 515,25 pontos. Em destaque, o subíndice que reúne empresas do setor tecnológico avançava 1,00%, aos 804,97 pontos.
Após uma controversa manobra de Barnier para tentar aprovar o orçamento sem o aval do parlamento, dois grupos de oposição invocaram ontem um mecanismo de censura que abre caminho para voto de confiança contra a coalizão governista.
A expectativa é de que a votação ocorra amanhã. A Eurasia vê apenas 20% de chance de o premiê sobreviver à moção.
O imbróglio impulsiona os juros dos títulos da dívida da França, os OATs, e mantém elevado o spread com o equivalente da Alemanha. No horário citado acima, o retorno do OAT de 10 anos avançava a 2,922% e o do Bund alemão subia a 2,062% – assim, a distância estava em 86 pontos-base, perto dos níveis mais altos desde 2012.
Mesmo assim, o Jefferies considera que os ativos franceses atravessam a tempestade política de maneira relativamente tranquila. O banco explica que especuladores já estão com um posicionamento negativo sobre o país.
A eventual queda de Barnier levaria a uma paralisa na aprovação de reformas. “Mas essa situação não é muito diferente do atual governo minoritário”, pondera a instituição.
Penalizados ontem, os papéis de bancos buscam recuperação na capital francesa: BNP Paribas sobe 0,73% e Société Générale ganha 0,55%. Em Frankfurt, Ryanair avança 2,51%, após a companhia aérea revelar aumento no número de passageiros em novembro.
Tudo somado, a Bolsa de Londres subia 0,71%, Paris ganhava 0,62% e Milão aumentava 1,23%, enquanto Lisboa tinha variação positiva de 0,14%. Frankfurt ascendia 0,28%, depois de alcançar 20.038,01 pontos na máxima intraday. No câmbio, o euro se fortalecia a US$ 1,0520 e a libra, a US$ 1,2676.
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