Mais da metade do mercado aponta que o arcabouço fiscal proposto pelo governo federal possui nenhuma credibilidade, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4). A opinião foi apontada por 58% dos entrevistados.
Já 42% afirmaram ver pouca credibilidade, enquanto 0% disseram ter muita credibilidade na regra.
O novo marco fiscal deu fim ao teto de gastos. A partir de então, as despesas do governo podem crescer entre 0,6% – em períodos de retração – e 2,5% – em momentos de expansão – acima da receita do ano anterior e com valores corrigidos pela inflação.
Dentro da banda, os gastos poderão crescer até 70% da variação da receita do ano anterior.
E o problema é que os gastos obrigatórios vêm crescendo num ritmo mais acelerado do que o permitido pelo arcabouço fiscal, de modo a pressionar a regra.
Hoje, mais de 90% dos gastos do governo são relacionados às despesas obrigatórias. Esses valores comprimem o espaço do orçamento dedicado aos gastos discricionários, os investimentos.
Com isso, a regra tende a caminha para sua inutilidade.
A pesquisa ainda buscou entender até quando a regra de gastos do arcabouço deve se sustentar, na avaliação do mercado.
Mais de 70% dos agentes econômicos acreditam que o novo marco fiscal deve se esgotar até o final deste mandato de Lula.
A pesquisa ouviu economistas de 105 fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro.
Como é uma consulta em público específico, população finita sem cálculo de amostragem, o levantamento não tem margem de erro estimada, nem índice de confiabilidade. Indicadores assim só são produzidos quando se tem uma amostragem pre-definida, o que não acontece este caso.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Mais da metade do mercado aponta nenhuma credibilidade no arcabouço fiscal, mostra Quaest no site CNN Brasil.