O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (11) que a alta dos juros gerou “surpresa”, apesar de já estar precificada.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a Selic em 1 ponto, levando a taxa básica ao patamar de 12,25% na última reunião do ano.
O colegiado ainda sinalizou mais dois aumentos da mesma magnitude nos próximos encontros, em janeiro e março de 2025.
“Foi uma surpresa por um lado, mas por outro já tinha uma precificação nesse sentido”, disse Haddad, sem dar mais detalhes.
Questionado se o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo pesou na decisão dos diretores do BC, Haddad rebateu afirmando que os cálculos dos bancos com relação ao impacto esperado estão se aproximando aos do governo.
“Hoje saiu um relatório de um grande banco aproximando os cálculos dos nossos. E ainda com vários pontos pendentes, que não foram considerados. Se tivessem sido considerados, já chegariam mais perto de R$ 65 bilhões nos dois anos”.
“Mandamos um ajuste que consideramos adequado e viável politicamente. Você pode mandar o dobro para lá [Congresso)] mas o que vai sair é o que importa”, concluiu o ministro.
Maior alta desde 2022
A alta de 1 ponto na Selic foi o choque mais intenso desde fevereiro de 2022, quando os juros subiram 1,5 ponto.
O movimento estava no radar do mercado — apesar da maior parte das apostas estarem em 0,75 ponto — em meio a depreciação do câmbio e a deterioração das expectativas da inflação, que se intensificaram a após a apresentação do pacote fiscal e reforma do Imposto de Renda (IR) pelo governo, no fim de novembro.
Foi a terceira vez seguida que o colegiado acelera o ritmo de aperto dos juros.
O atual ciclo de alta foi deflagrado pelo BC em setembro, com alta de 0,25 ponto, elevando a taxa a 10,75%.
Em novembro, o ritmo escalou para avanço de 0,5 ponto, trazendo a taxa básica ao atual patamar de 11,25%.
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