Bolsas globais sobem após dias de perdas com guerra comercial; dólar cai

 

O Ibovespa avançava nos primeiros negócios desta terça-feira (8), acompanhando a melhora nos mercados acionários no exterior após fortes perdas nos últimos dias, enquanto investidores continuam ajustando suas posições ao novo ambiente comercial no mundo desencadeado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Às 10h22, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 1,03%, a 126.881,17 pontos, após três quedas seguidas, tendo renovado mínimas em cerca de três semanas na véspera.

No mesmo horário, o dólar à vista caía 0,46%, a R$ 5,8869 na venda. Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,24%, a R$ 5,9107, maior valor de fechamento desde 28 de fevereiro.

Bolsas da Europa e Ásia se recuperam

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça, recuperando-se parcialmente dos tombos que sofreram no pregão anterior em meio a preocupações com os efeitos do tarifaço do governo Trump, embora as tensões comerciais persistam.

O índice japonês Nikkei subiu 6,03% em Tóquio, a 33.012,58 pontos, seu melhor desempenho diário desde 6 de agosto do ano passado. Já o Hang Seng avançou 1,51% em Hong Kong, a 20.127,69 pontos, revertendo apenas uma fração da drástica queda de cerca de 13% que sofreu ontem.

Na Europa, as bolsas também operam em alta na manhã desta terça, após acumularem perdas nos quatro pregões anteriores. Por volta das 10h30 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 3,54%, a 490,78 pontos. Na segunda (7), o índice caiu cerca de 4,5%, atingindo o menor patamar desde janeiro de 2024.

Contexto internacional

A política comercial dos EUA continua sendo no foco dos mercados desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na semana passada a imposição de tarifa de 10% sobre as importações ao Brasil, que entrou em vigor no sábado, e taxas mais altas para alguns parceiros, que serão implementadas na quarta.

Por três sessões consecutivas, os investidores demonstravam enorme aversão ao risco, uma vez que temem que as medidas comerciais possam desencadear uma guerra comercial ampla, o que poderia provocar a aceleração da inflação global e uma recessão econômica em diversos países.

Mas nesta terça-feira, os agentes financeiros demonstravam um certo alívio, já que notícias recentes mostraram que alguns países estão preparados para negociar as tarifas com os EUA, evitando novas escaladas nas tensões comerciais.

O destaque era o Japão, sobre quem Trump afirmou na segunda que está enviando uma equipe para discutir as relações comerciais. O país asiático ainda anunciou nesta terça que seu ministro da Economia, Ryosei Akazawa, liderará as negociações pelo lado japonês.

Na Europa, ministros da União Europeia concordaram na véspera em priorizar as negociações dos EUA, mesmo que a Comissão Europeia tenha anunciado no mesmo dia planos para retaliar as medidas implementadas pela maior economia do mundo.

“Embora a UE permaneça aberta a negociações — e prefira fortemente — não vamos esperar indefinidamente”, disse o comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, acrescentando que o bloco avançaria com contramedidas.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,53%, a 102,880.

A divisa norte-americana ainda recuava ante pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

Por outro lado, o otimismo nos mercados contava com uma dose de cautela, à medida que Trump também escalou as tensões com a China na segunda-feira, ameaçando a segunda maior economia do mundo com tarifas adicionais caso Pequim não abandone as medidas retaliatórias contra as taxas dos EUA.

Cenário no Brasil

Na cena doméstica, dados do Banco Central mostraram mais cedo que a dívida bruta do Brasil registrou alta em fevereiro, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário bem menor do que o esperado.

Mais tarde, as atenções se voltarão para comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participará do encerramento do Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI, às 17h.

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*Com informações da Reuters

Este conteúdo foi originalmente publicado em Bolsas globais sobem após dias de perdas com guerra comercial; dólar cai no site CNN Brasil.

 

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