Líderes chineses prometeram nesta quinta-feira (26) implementar “gastos fiscais necessários” para atingir a meta de crescimento econômico deste ano de aproximadamente 5%, reconhecendo novos problemas e aumentando as expectativas do mercado em relação a novos estímulos além das medidas anunciadas nesta semana.
As falas, que incluíram orientações ao governo para sustentar o consumo das famílias e estabilizar o conturbado mercado imobiliário, foram feitas em uma leitura oficial da reunião mensal das principais autoridades do Partido Comunista, o Politburo. A reunião de setembro não costuma ser um fórum para discussões macroeconômicas, o que sugere uma ansiedade crescente em relação à desaceleração do ritmo de crescimento.
A segunda maior economia do mundo enfrenta fortes pressões deflacionárias devido a uma forte queda no mercado imobiliário e à fragilidade da confiança do consumidor, o que expôs sua dependência excessiva das exportações em um ambiente de comércio global cada vez mais tenso.
Leia Mais
Inflação cairá neste ano e em 2025 será ainda menor, diz Haddad
Painéis solares, conta de luz e clima “resgatam” horário de verão 5 anos após seu fim
Nunca estive tão otimista com o acordo com a UE, diz Lula na sede da ONU
Uma ampla gama de dados econômicos nos últimos meses ficaram abaixo das previsões, levantando preocupações entre os economistas de que a meta de crescimento está em risco e que uma desaceleração estrutural de longo prazo poderia estar em jogo.
“Novas situações e problemas” exigem um senso de “responsabilidade e urgência”, informou a mídia estatal, citando a reunião do Politburo.
O banco central da China divulgou na terça-feira (24) seu mais agressivo afrouxamento monetário desde a pandemia, sinalizando cortes em uma ampla gama de taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de iuanes (US$ 140 bilhões) no sistema financeiro, entre outras medidas.
Pequim está considerando injetar até 1 trilhão de iuanes em seus maiores bancos estatais para aumentar sua capacidade de sustentar a economia, principalmente por meio da emissão de novos títulos soberanos especiais, informou a Bloomberg News nesta quinta-feira.
As ações do setor imobiliário chinês saltaram mais de 8% e seus pares de Hong Kong subiram 9% após o anúncio do Politburo, liderando ganhos amplos no mercado de ações. O iuan e os rendimentos dos títulos chineses também subiram.
O Politburo disse que o governo deveria “promover a estabilização do mercado imobiliário”, expandir uma lista de projetos habitacionais que podem receber mais financiamento e revitalizar terras ociosas, de acordo com a leitura da reunião.
As autoridades “responderão às preocupações das pessoas, ajustarão as políticas de restrição à compra de moradias, reduzirão as taxas de hipoteca existentes e melhorarão as políticas fundiárias, fiscais, tributárias e financeiras o mais rápido possível para impulsionar o novo modelo de desenvolvimento imobiliário”, afirmou.
O endosso do Politburo para novos estímulos “representa uma mudança estratégica na política macroeconômicas, de políticas fragmentadas para um pacote altamente orquestrado na direção certa”, disse Bruce Pang, economista-chefe para a China da Jones Lang LaSalle.
“Um aumento nos gastos do governo provavelmente será suficiente para impulsionar uma reviravolta na confiança das empresas, no sentimento do mercado e nas atividades econômicas, ajudando a China a alcançar a tendência de crescimento potencial.”
A China fará bom uso de seus títulos soberanos especiais ultralongos e títulos especiais de governos locais para apoiar o investimento do governo, prometeu o Politburo. Ele se comprometeu a aumentar a renda dos grupos de baixa e média renda e a apoiar o consumo.
Este conteúdo foi originalmente publicado em China promete novos estímulos na economia para alcançar meta de crescimento no site CNN Brasil.