A CNN teve acesso exclusivo a um dos maiores navios de carga de minério do mundo, atracado no Porto de Tubarão, em Vitória, Espírito Santo.
O jornalista Pedro Duran embarcou na gigantesca embarcação para mostrar detalhes desta inovação na indústria naval.
O navio, chamado Sorrar Max, impressiona por suas dimensões: são 362 metros de comprimento, superando até mesmo navios de cruzeiro.
Com capacidade para transportar até 400 mil toneladas de carga, a embarcação utiliza tecnologia de três países, mas tem “alma brasileira”.
Tecnologia eólica inovadora
O diferencial do Sorrar Max está em suas enormes velas tubulares, que pesam 300 toneladas cada e captam o vento para auxiliar na propulsão.
Utilizando o chamado “efeito Magnus”, as velas giram para gerar força e movimento, permitindo uma economia média de 6% no consumo de combustível durante as viagens.
O capitão indiano da embarcação relatou que, inicialmente, o manuseio do navio foi desafiador devido ao seu tamanho, mas a tripulação se adaptou com o tempo.
Na primeira viagem da China para o Brasil utilizando as velas eólicas, a economia de combustível chegou a 9%, representando 125 toneladas a menos de bunker consumido.
Impacto ambiental e econômico
A iniciativa faz parte dos esforços da mineradora Vale para reduzir o impacto ambiental de suas operações e aumentar a competitividade.
A empresa já possui cinco navios equipados com esta tecnologia e planeja expandir para mais duas embarcações até 2025.
O uso do vento como fonte de energia na navegação remonta às origens do transporte marítimo, mas foi abandonado com o advento dos motores a vapor e combustão. Agora, diante dos desafios das mudanças climáticas, a indústria naval busca reconectar-se com essa tecnologia de forma mais avançada.
Esta inovação não apenas reduz a pegada de carbono das operações de transporte de minério, mas também pode representar uma vantagem competitiva significativa para as empresas brasileiras no mercado global, especialmente em um cenário de aumento dos custos de transporte marítimo devido a conflitos em rotas estratégicas.
Este conteúdo foi originalmente publicado em CNN entra em um dos maiores navios movidos a vento do mundo no site CNN Brasil.