O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (11) aumentar em um ponto percentual a taxa básica de juros. Agora, a Selic está em 12,25% ao ano.
Os diretores do Banco Central tomaram a decisão de maneira unânime. É a 3ª alta seguida na taxa básica de juros.
O aumento da Selic responde à pressão inflacionária da economia brasileira, que ameaça o poder de compra da população. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada está em 4,87%. Já acima do limite da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
Contribui para esse cenário o crescimento do setor de serviços, que já acumula alta de quase 18% em comparação ao período anterior à pandemia. Segundo o IBGE, só em outubro a receita das atividades que compõem o índice cresceu 1,1%.
Ao aumentar a Selic, o Banco Central na prática diminui a atratividade de empréstimos bancários — tanto para empresas quanto para consumidores. No jargão do mercado, é uma política “contracionista”. O objetivo é colocar um freio na economia, que estaria crescendo mais do que a capacidade produtiva é capaz de absorver sem resultar em aumento generalizado dos preços.
A decisão desta quarta-feira aponta para uma trajetória de alta dos juros, contrariando a tendência de queda registrada no primeiro semestre do ano. A Selic em janeiro estava num patamar alto, a 11,75%. Até maio, caiu para 10,5%, estacionou e só voltou a subir em setembro.
A indicação do Banco Central é de que o aumento da Selic se repita nas próximas duas reuniões. Os principais fatores de risco à escalada da Selic são: o déficit fiscal do governo, que mina a confiança dos credores do Tesouro Nacional e a mudança na Presidência nos Estados Unidos.
As promessas econômicas de campanha de Donald Trump são inflacionárias e devem obrigar o Banco Central americano a subir a taxa de juros.
Isso afasta investidores da dívida brasileira, que exigem prêmios mais altos para emprestar dinheiro à União.
A inflação dos Estados Unidos, inclusive, voltou a subir. dados divulgados nesta quarta-feira mostram que os preços tiveram uma alta de 2,7% nos últimos 12 meses. os bens de consumo tiveram uma alta ainda maior: 3,3%.
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