Governo britânico fecha acordo para vender Royal Mail a bilionário tcheco

 

O Royal Mail, que remonta ao reinado de Henrique VIII nos anos 1500, está prestes a ser vendido a um bilionário tcheco em um acordo que manterá a instituição sediada na Grã-Bretanha.

O EP Group, de Daniel Křetínský, assumiu “compromissos juridicamente vinculativos” com o governo do Reino Unido como parte do processo de compra do serviço postal de sua matriz britânica, a International Distribution Services, de acordo com um comunicado do governo publicado na segunda-feira.

Esses compromissos incluem a busca de aprovação do governo para transferir a sede e a residência fiscal do Royal Mail para o exterior, com ambos permanecendo no Reino Unido por pelo menos cinco anos.

O EP Group também deve manter a “obrigação de serviço universal” do serviço postal, que exige a entrega de cartas prioritárias seis dias por semana em todo o Reino Unido pela mesma taxa fixa. A empresa também concordou em reconhecer e “negociar de boa-fé” com os sindicatos dos trabalhadores relevantes.

O acordo de 3,6 bilhões de libras (US$ 4,6 bilhões), que a International Distribution Services aceitou em maio, levantou preocupações sobre o destino de milhares de funcionários do Royal Mail, bem como sobre o futuro de uma peça-chave da infraestrutura nacional, que presta um serviço público vital.

Os compromissos assumidos com o governo pelo EP Group “asseguram a identidade do Royal Mail como uma instituição britânica icônica e, ao mesmo tempo, permitem que ele opere como uma empresa totalmente privada, sem a interferência diária do governo”, afirmou o Departamento de Negócios e Comércio em sua declaração.

A venda ocorre após alguns anos difíceis para a Royal Mail, que foi privatizada em 2013. A empresa sofreu uma queda acentuada na demanda por seus serviços, e suas perdas aumentaram. Os apelos ao governo para que fosse liberada de sua obrigação de entregar cartas prioritárias seis dias por semana caíram em ouvidos surdos.

Na semana passada, o Ofcom, órgão regulador do Reino Unido que supervisiona o serviço postal, multou o Royal Mail em 10,5 milhões de libras (US$ 13,3 milhões) por não cumprir suas metas de entrega.

“Com milhões de cartas chegando com atraso, muitas pessoas não estão recebendo o que pagam quando compram um selo”, disse Ian Strawhorne, diretor de fiscalização do Ofcom, em um comunicado. “O serviço ruim do Royal Mail está agora corroendo a confiança do público em uma das instituições mais antigas do Reino Unido”.

Quem é Křetínský?

Křetínský, o acionista majoritário do EP Group, supervisiona um vasto império de empresas de energia, varejistas e clubes de futebol europeus. Ele tem um valor estimado em US$ 7 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

O magnata começou sua carreira como advogado, de acordo com o site do EP Group. Ele também trabalhou na J&T, uma empresa financeira europeia, onde se tornou sócio em 2003.

Křetínský fundou o EP Group em 2016 com o parceiro de negócios Patrik Tkáč. Por meio de seu braço de investimentos Vesa Equity Investment, Křetínský adquiriu participações em grandes marcas, como a Foot Locker (FL) nos Estados Unidos, a FNAC na França e o supermercado Sainsbury’s no Reino Unido.

Alguns fãs do futebol britânico já estão familiarizados com o bilionário de perfil relativamente discreto.

Há três anos, o empresário comprou uma participação de 27% no West Ham United Football Club por meio de outra de suas empresas de investimento. Isso faz de Křetínský o segundo maior acionista do clube, de acordo com seu site.

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