O crescimento econômico da zona do euro pode ser mais fraco nos próximos meses e as perspectivas de médio prazo são incertas, com predominância de riscos negativos, disse a presidente do Banco Central Europeu(BCE), Christine Lagarde, em uma audiência parlamentar nesta quarta-feira (4).
A economia da zona do euro ficou praticamente estagnada nos últimos 18 meses, e a recuperação há muito prevista não se concretizou.
O crescimento fraco ajudou a domar a inflação descontrolada, mas algumas autoridades estão preocupadas com o fato de o crescimento estar tão fraco que a inflação poderia cair abaixo da meta de 2% do BCE, como nos anos pré-pandemia.
“Dados baseados em pesquisas sugerem que o crescimento será mais fraco no curto prazo, devido à desaceleração do crescimento no setor de serviços e à contínua contração no setor industrial”, disse Lagarde à Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
“Entretanto, as perspectivas econômicas de médio prazo são incertas e dominadas por riscos negativos”, acrescentou Lagarde. “Os riscos geopolíticos são elevados, com ameaças crescentes ao comércio internacional.”
Dada a natureza aberta do bloco, as barreiras comerciais representam uma ameaça à produção e ao investimento, acrescentou Lagarde.
Ainda assim, ela disse que pode haver alguma recuperação no futuro, impulsionada pelo aumento do investimento e dos gastos do consumidor, devido ao aumento da renda real.
A inflação, que paira um pouco acima da meta de 2% do BCE, pode aumentar no último trimestre de 2024, mas cairá de volta para a meta no próximo ano, disse Lagarde, repetindo sua orientação sobre os preços.
O BCE se reunirá em 12 de dezembro e economistas esperam, em sua maioria, outro corte de 25 pontos-base na taxa de juros, o quarto movimento desse tipo neste ano.
Lagarde fez pouco para influenciar essas expectativas, dizendo apenas que o banco seguirá uma abordagem dependente de dados e de reunião a reunião.
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