O governo federal enfrenta críticas internas após a apresentação do pacote fiscal pelo ministro Fernando Haddad. Segundo apuração da analista política da CNN, Renata Varandas, os próprios governistas admitem que houve falhas na condução da estratégia de comunicação.
A intenção inicial era equilibrar o anúncio de medidas de ajuste fiscal, geralmente impopulares, com uma notícia positiva: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mensagem para o mercado
O Ministério da Fazenda teria preferido adiar o anúncio da isenção, argumentando que isso poderia ‘desidratar’ o pacote de ajuste fiscal. A preocupação era que a mensagem para o mercado financeiro ficasse confusa, com medidas de contenção sendo anunciadas simultaneamente a uma redução na arrecadação.
No entanto, o Palácio do Planalto, sob orientação do presidente Lula, insistiu em manter os dois anúncios juntos, na tentativa de equilibrar as notícias negativas com uma positiva. O resultado, porém, não foi o esperado.
Falta de clareza e impacto fiscal
A analista destaca que a mensagem não chegou de forma efetiva ao público-alvo principal: os cidadãos que seriam beneficiados pela isenção. Além disso, o texto detalhando a medida ainda não foi divulgado, o que gera incertezas.
Outro ponto de preocupação é o impacto fiscal da medida. Segundo cálculos da Unafisco Nacional, a isenção pode resultar em uma perda de arrecadação anual de R$ 51 bilhões a partir de 2026, considerando sua entrada em vigor em 2025.
‘A estratégia acabou dando errada e os governistas já admitem isso’, concluiu Renata Varandas, ressaltando a necessidade de o governo esclarecer como pretende compensar essa perda de arrecadação.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Renata Varandas: Governistas admitem erro na condução do pacote fiscal no site CNN Brasil.